Distonia
Na distonia, contrações musculares involuntárias, contínuas, repetidas e lentas podem causar “congelamento” no meio de uma ação, assim como movimentos de rotação ou de torsão do tronco, do corpo inteiro ou de segmentos do corpo.
Causas
A causa da distonia parece ser a hiperatividade de várias áreas do cérebro (gânglios basais, tálamo e córtex cerebral). A maioria das distonias crônicas possui uma origem genética. A distonia nãogenética pode ser causada por uma falta de oxigenação cerebral grave no nascimento ou posteriormente. A distonia também pode ser causada pela doença de Wilson (um distúrbio hereditário), certas intoxicações por metais e acidente vascular cerebral. Algumas vezes, a distonia pode ser uma reação incomum a medicamentos antipsicóticos. Nesses casos, a administração imediata de difenidramina sob a forma de injeção ou de comprimido geralmente controla rapidamente o episódio.
Sintomas
A câimbra de escritor pode ser uma forma de distonia. O sintoma pode envolver uma câimbra involuntária da mão enquanto o indivíduo escreve, mas também pode manifestar-se como uma deterioração mais sutil da escrita ou como uma incapacidade de segurar a caneta, e não como uma câimbra. Algumas vezes, a câimbra de escritor é o único sintoma da distonia. Entretanto, 50% dos indivíduos que apresentam esse problema também apresentam um tremor em um ou nos dois braços, e alguns sofrem distonia generalizada, que afeta todo o corpo. Algumas distonias são progressivas – os movimentos podem tornar-se mais estranhos no decorrer do tempo. As contrações musculares intensas podem forçar o pescoço e os membros superiores a adotarem posições estranhas e desconfortáveis. Os golfistas que apresentam espasmos musculares na realidade podem estar apresentando uma distonia, assim como os músicos com espasmos estranhos nas mãos e nos membros superiores que os impedem de tocar seus instrumentos.
Tipos de Distonia
Na distonia de torção idiopática (cuja causa é desconhecida), os episódios se iniciam entre os 6 e 12 anos de idade. Os primeiros sintomas podem ser tão discretos quanto os sintomas da câimbra de escritor. Comumente, a distonia começa em um pé ou em um membro inferior. O distúrbio pode permanecer limitado ao tronco ou a um membro inferior, mas, algumas vezes, ele afeta todo o corpo e, em última instância, acaba confinando a criança a uma cadeira de rodas. A distonia de torção idiopática que tem início na vida adulta geralmente afeta primeiramente os músculos da face ou do membro inferior e, normalmente, não progride para outras partes do corpo. O blefaroespasmo é um tipo de distonia no qual as pálpebras são repetidamente e involuntariamente forçadas a fechar. Ocasionalmente, no início, apenas um olho é afetado, mas o outro, por fim, acaba sendo afetado também.
O blefaroespasmo geralmente começa com um piscar excessivo, uma irritação ocular ou uma extrema sensibilidade à luz intensa. Muitos indivíduos com blefaroespasmo descobrem maneiras de manter os olhos abertos como, por exemplo, bocejando, cantando, ou abrindo bem a boca. Essas técnicas tornam-se menos eficaze à medida que o distúrbio evolui. A conseqüência mais grave do blefaroespasmo é o comprometimento da visão. O torcicolo é a distonia que envolve os músculos do pescoço. Os espasmos recorrentes podem rodar o pescoço para um dos lados, para frente ou para trás. A disfonia espasmódica afeta os músculos que controlam a fala.
Os indivídos com esse distúrbio normalmente apresentam também tremores em outra parte do corpo. Os espasmos dos músculos das pregas vocais podem impedir totalmente a fala ou podem fazer com que a fala torne-se forçada, trêmula, rouca, espasmódica, rangente, em stacatto ou confusa e difícil de ser compreendida. Tratamento O tratamento da distonia é limitado. As drogas com propriedades anticolinérgicas (p.ex., triexifenidila) algumas vezes são úteis, mas elas causam efeitos colaterais como, por exemplo, sonolência, boca seca, visão borrada, tontura, constipação, dificuldade de micção ou tremores, especialmente nos indivíduos idosos. As injeções de botulina (uma toxina bacteriana que paralisa a musculatura) nos músculos hiperativos têm sido o tratamento mais eficaz.